Documentário sobre Pai Pote estreia no Bembé do Mercado

O documentário “Pai Pote, o Filho de Ogum”, dirigido pela cineasta santoamarense Laís Lima, terá sua pré-estreia no dia 16, às 18h, na Praça da Purificação, em Santo Amaro, durante a programação do tradicional Bembé do Mercado. A produção marca a estreia de Laís em seu primeiro longa-metragem e é o primeiro filme realizado por uma filha da terra em Santo Amaro. 

A obra retrata a trajetória de José Raimundo Lima Chaves, o Pai Pote, homem negro, gay e Babalorixá, que se tornou referência no Candomblé e na difusão da cultura do Recôncavo Baiano pelo mundo, com passagens pelos Estados Unidos, Portugal, França e Alemanha.

“Acredito na força do cinema documentário e é através dessa linguagem que venho contando a história do meu povo e da nossa cultura. Exibir esse filme aqui, durante o Bembé, é pra mim a exibição mais importante”, conta Laís, que iniciou o projeto durante o Bembé de 2021, ainda na pandemia.

O filme percorre a agenda intensa de Pai Pote e registra três de seus eventos anuais mais significativos: a Lavagem da Purificação, o próprio Bembé do Mercado, considerado o maior Candomblé de rua do mundo, e a Lavagem de La Madeleine, em Paris, onde ele atua como principal liderança religiosa desde 2001. As filmagens também acompanharam sua participação na 1ª Caminhada contra a Intolerância Religiosa de Lisboa e sua presença na UNESCO, ao lado da embaixadora Paula Alves de Souza. “Fiquei bastante emocionada com a grandiosidade de Pai Pote, com seu trabalho incansável com o Bembé. Como um bom homem de Ogum, ele abre caminhos”, relata Laís.

A ligação entre Pai Pote e Ogum, orixá dos caminhos e das estradas de ferro, vem desde o nascimento — ele nasceu na Rua da Linha, em Santo Amaro, cortada por trilhos da antiga rede ferroviária. “A relação que eu tenho com o Candomblé é oriunda do meu nascimento, do meu cotidiano, da minha família e da cidade onde nasci. É uma luta de corpo e alma que agora está tendo um resultado positivo”, afirma Pai Pote, que é presidente da Associação Beneficente Bembé do Mercado e conduz esforços para que a celebração seja reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO — título que se soma ao de Patrimônio Imaterial da Bahia e do Brasil.

Além de protagonizar uma história potente, o documentário também rompe barreiras atrás das câmeras: sua equipe é formada inteiramente por mulheres, que assumem funções de direção, produção executiva, fotografia e arte. Filhas e filhos de santo de Pai Pote também integram a equipe. O longa conta com depoimentos de Maria Bethânia, Paula Alves de Souza, Robertinho Chaves e mães de santo como Mãe Williana de Odé, Mãe Miroca e Mãe Manuela de Ogunjá.

O filme foi contemplado pelo edital Paulo Gustavo Bahia e conta com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, via Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura, Governo Federal.

Fotos: divulgação

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Criado por Jadson Nascimento

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