Depois de passar por cinco municípios baianos, o projeto Vivências em Músicas de Mbira chega a Salvador para encerrar sua segunda temporada. As primeiras oficinas foram realizadas no bloco Malê Debalê, entre os dias 22 e 24 de agosto, e a programação continua no Ceao – Centro de Estudos Afro-Orientais da Ufba, de 27 a 29 de agosto. O músico e etnomusicólogo baiano Thon Nascimêmtos conduz os encontros, abertos a pessoas a partir de 16 anos, sem necessidade de experiência musical. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo perfil @mbira.brasil.
A mbira (pronuncia-se imbira) é considerada o primeiro instrumento da família dos lamelofones criado na África. Símbolo da tradição do povo shona — presente no Zimbábue, Zâmbia e Moçambique —, o instrumento é usado como meio de comunicação com o plano espiritual. Durante três dias de vivência, os participantes terão contato com esse repertório ancestral, encerrando a atividade com uma apresentação aberta ao público e o sorteio de duas mbiras nyunganyunga, produzidas artesanalmente em Maputo, Moçambique, especialmente para o projeto.
As oficinas encerram a segunda edição do projeto, contemplado pela PNAB-BA (Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura) 2025, que desta vez ganhou formato itinerante. Além de Salvador, a programação passou por Santo Amaro (Bembé do Mercado), Porto Seguro (Universidade Federal do Sul da Bahia), Cachoeira (Fundação Hansen Bahia), Alagoinhas (Centro de Cultura) e Feira de Santana (Centro Universitário de Cultura e Arte da Uefs). Na capital, o projeto também esteve na Casa do Benin e na Escola de Música da Ufba.
Idealizador das Vivências em Músicas de Mbira, Thon Nascimêmtos desenvolveu o projeto a partir de sua experiência com o instrumento em imersões no continente africano e durante sua pesquisa de doutorado em Música, Cultura e Sociedade na Unicamp. Sua trajetória acadêmica inclui ainda mestrados em Etnomusicologia (Ufba) e Ensino em Relações Étnico-Raciais (UFSB). Atualmente, é professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), no curso de Educação do Campo.
Fotos: Beco Films
