A educadora anapolina Loide Oliveira Silva lança, nesta quinta-feira, 27, às 19h, na Galeria Antônio Sibasolly (Praça Bom Jesus, 15 – St. Central, Anápolis), a cartilha “Cores que Nos Unem – Vamos Falar sobre Letramento Racial?”, uma nova referência para a educação antirracista na rede municipal de ensino. Produzido em parceria com a historiadora Talita Michelle de Souza, o material oferece orientações práticas para professores, famílias e crianças sobre como identificar, compreender e substituir expressões linguísticas marcadas pelo racismo estrutural.
Para Loide, a cartilha nasce de uma necessidade urgente, presente no cotidiano escolar. “O racismo muitas vezes se manifesta nas pequenas falas, nos apelidos, nas expressões que repetimos sem perceber. Quando ensinamos as crianças a nomear isso, ensinamos também a não naturalizar a violência”, afirma.
O conteúdo reúne marcos legais, atividades pedagógicas, jogos e explicações sobre termos que perpetuam desigualdades. Com linguagem lúdica e acessível, apresenta expressões amplamente usadas — como “cor de pele”, “serviço de preto”, “humor negro”, “mercado negro” e “cabelo ruim” — detalhando suas origens, impactos e alternativas não discriminatórias.
A publicação também traz personagens, desafios e propostas educativas que valorizam a identidade negra e fortalecem a autoestima das crianças, reforçando que o letramento racial deve começar nos primeiros anos de escolarização. O material sublinha que a linguagem que circula nas escolas não é neutra e, quando ignorada, contribui para a reprodução de violências históricas.
Para a educadora, o lançamento da cartilha é mais do que uma iniciativa pedagógica: é um posicionamento social. “Quando educamos nossas crianças para reconhecer e combater o racismo, estamos construindo um futuro mais digno para elas. A infância é o solo mais fértil que existe, e o letramento racial é um cuidado, um chamado e uma responsabilidade coletiva”, destaca.
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