O Coletivo Flipeba já está em Moçambique para representar a literatura baiana e afro-diaspórica na Feira do Livro de Maputo, que acontece de 13 a 17 de junho. A ação internacional faz parte do projeto “Escrita Viajante e as Diversidades Culturais Diaspóricas”, idealizado pela escritora e produtora cultural Manoela Ramos, com curadoria de Juci Reis e apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio do Fundo de Cultura e da Secretaria de Cultura (Secult/BA), através do Edital de Mobilidade Artística. A iniciativa também conta com parceria da plataforma Flotar e da própria feira moçambicana.
O projeto tem como objetivo fomentar e compartilhar a leitura e a produção literária centradas nas conexões afro-diaspóricas, valorizando trajetórias negras, vivências periféricas e saberes populares. A proposta nasce das experiências acumuladas por Manoela em viagens pelo Brasil, e chega agora ao continente africano com o lançamento do livro “Confissões de Viajante (Sem Grana)”, que está em sua terceira edição e já ocupou o topo de vendas na Amazon na categoria Viagens da América Latina.
“A gente vai trocar experiências de como é realizar uma Festa Literária numa ilha, apresentando essa vivência no continente vizinho”, afirma Manoela, referindo-se à Festa Literária da Ilha de Boipeba (Flipeba), da qual é idealizadora e curadora.


Com leveza, ela comenta a dimensão simbólica do momento vivido, “O livro é sobre viajar sem grana, mas dessa vez não é o caso”, brinca, fazendo referência direta ao apoio público que possibilitou a viagem. “Ressaltando o apoio de políticas públicas que possibilitam o intercâmbio cultural, enfatizando as produções brasileiras na cena internacional”, completa a autora.
Além de Manoela, integram a comitiva dois nomes que atuam diretamente na difusão de produções negras e periféricas: Lucas de Matos, comunicador, escritor e creator soteropolitano, é colunista no Portal Guia Negro e realiza cobertura de eventos culturais dentro e fora da Bahia. Com dois livros publicados, também atua como assessor de imprensa para autores e eventos literários, como a própria Flipeba.
Já Uran Rodrigues é apresentador, agitador cultural, fotógrafo e jornalista, com mais de 10 mil artigos publicados em seu site uranrodrigues.com. É idealizador do projeto O Pente, com edições nas principais capitais do Brasil, e atualmente comanda o programa Tela Preta, no YouTube, em parceria com o Mídia NINJA e o BNews. Ele também apresenta a Flipeba há três edições e assina os registros visuais da participação do grupo em Maputo.
Os conteúdos da viagem estão sendo compartilhados pelas redes do coletivo e dos participantes (@flipeba, @escritoraviajante e @siteuran), ampliando o alcance da iniciativa e promovendo uma troca direta com o público que acompanha o projeto do Brasil.

A presença do Flipeba na Feira do Livro de Maputo reforça o papel essencial dos movimentos culturais negros e periféricos na reconstrução de laços com o continente africano, ampliando pontes por meio da literatura, da oralidade e da memória compartilhada. A iniciativa reafirma como o investimento público em mobilidade artística pode conectar territórios e fortalecer trajetórias que antes estavam à margem dos grandes circuitos culturais.
Fotos: ikaluana