No próximo dia 2 de fevereiro, durante a tradicional Festa de Iemanjá no bairro do Rio Vermelho, Salvador recebe o “Balaio e Feira Artesanato da Bahia na Festa de Iemanjá”. O evento, no Parador Z1 BAR, Largo de Santana, reunirá 10 artesãos e artesãs de comunidades indígenas e quilombolas, destacando a diversidade e riqueza do artesanato baiano.
Peças como colares, chapéus, brincos, pulseiras e roupas de crochê estarão à venda, exaltando ancestralidade e sustentabilidade. Um dos destaques é a Associação de Artesãs Raízes do Quilombo e Dandá, reconhecida pela coleção Axé Raízes do Quilombo, apresentada no 58º São Paulo Fashion Week. Criadas por 25 artesãs em parceria com o projeto Collab Artesanato da Bahia e Meninos Rei, as peças celebram a pluralidade da cultura afro-brasileira.
Promovido pelo Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e da Coordenação de Fomento ao Artesanato (CFA), o evento integra os projetos “Artesanato de Comunidades Tradicionais” e “Artesanato da Bahia: Tradição, Ancestralidade e Renda”. Desde 2023, essas ações impulsionam qualificação, comercialização e valorização cultural de povos e comunidades tradicionais no estado.



“O artesanato reflete nossa identidade e é uma importante fonte de renda. Nosso objetivo é promover práticas sustentáveis e ampliar oportunidades para artesãs e artesãos, unindo tradição e geração de renda”, afirmou Augusto Vasconcelos, titular da Setre. O evento também conta com apoio das Organizações Sociais Comunidade Cidadania e Vida (Comvida) e Ojú Onirê. Um dos momentos marcantes será o cortejo para a entrega simbólica de um Balaio artesanal dedicado a Iemanjá.
A partir das 9h, um cortejo especial sairá pelas ruas do Rio Vermelho, liderado pelo babalorixá Pai Pote, referência cultural e religiosa do recôncavo baiano. A cerimônia reunirá devotos, turistas e representantes das comunidades indígenas e quilombolas, culminando na Colônia dos Pescadores, onde o Balaio será entregue simbolicamente a Iemanjá. “O Balaio Ecológico representa as lutas quilombola, indígena e dos terreiros. Participar desse projeto é levar a mensagem de fé, paz e preservação da natureza”, destacou Pai Pote, presidente da Associação Beneficente Bembé do Mercado.
O projeto também reforça a sustentabilidade ao promover oficinas para confeccionar o Balaio com materiais ecológicos, lideradas pelo artista plástico Babá Geri, da Associação Beneficente Ilé Axé Oju Onirê.
Mais que exposição e vendas, o Balaio e Feira Artesanato da Bahia fortalece a economia do artesanato e gera oportunidades para povos tradicionais. A ação integra o Projeto Artesanato de Comunidades Tradicionais, que já qualificou cerca de 160 artesãs e artesãos de territórios como Quingoma (Lauro de Freitas), Palmares (Simões Filho), Quilombos Caboranga e Olaria (Irará), Aldeia Coroa Vermelha (Santa Cruz Cabrália), Aldeia Barra Velha (Porto Seguro), além de Tukum e Tupinambá de Olivença (Ilhéus).
Fotos: Edgar Souza / Artesanato: Diogo Andrade/Artesanato da Bahia/SETRE