O Coletivo Sociocultural Fábrica de Rimas celebra uma década de atuação com o lançamento do documentário Fábrica de Rimas – Uma Década de Hip-Hop. A estreia acontece na próxima quarta-feira, 1º de outubro, a partir das 18h30, com entrada gratuita na praça do Loteamento Vila Mar, em Nova Brasília, Salvador, além de transmissão ao vivo pelo YouTube. A programação inclui também a 42ª edição da Batalha do EVA, reafirmando o papel transformador da cultura periférica.
O filme reúne memórias, vozes e trajetórias de moradores, artistas, crianças e jovens beneficiados pelo projeto, além de parceiros como a facilitadora cultural Melissa Oliveira, o coreógrafo Ananias Break, o historiador Henrique Oliveira e o professor e escritor Jorge Hilton, autor de Bahia com H de Hip-Hop e Branquitude, Música Rap e Educação. Ao longo de dez anos, a Fábrica de Rimas consolidou o Hip-Hop como ferramenta de arte, lazer e mobilização social, sendo reconhecida pelo Ministério da Cultura como Ponto de Cultura e alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Entre as iniciativas realizadas, destacam-se o Sarau Fábrica de Rimas, o programa de formação Acelera RAP e a Geladeira Solidária, implantada durante a pandemia entre 2021 e 2022, que atendeu cerca de 600 famílias. A mensagem grafitada em sua porta — “Pegue só o necessário. Quem tem, bota. Quem não tem, tira.” — tornou-se símbolo de solidariedade comunitária.


O coletivo nasceu em Nova Brasília a partir da visão do arte-educador e jornalista Well Santiago e do grafiteiro Josemar Oliveira (Sagaz), com o desejo de descentralizar as ações culturais da capital. Hoje, a equipe conta com Santiago, o MC e agente cultural Eric Lima (MC L4tro) e majoritariamente mulheres: a advogada Deisilene Silva, a assistente social Lais Laranjeiras e a pedagoga Lisandra Boaventura, que juntas representam 60% da gestão.
A Batalha do EVA, torneio de MC’s inspirado na Estrada Velha do Aeroporto, integra a programação comemorativa, com inscrições no local por ordem de chegada, premiação em dinheiro e oito vagas em disputa. Para a advogada e integrante do coletivo, Deisilene Silva, o momento marca um ciclo e aponta novos caminhos.“É a celebração de uma década de fazer social e cultural, que respeita e honra nossa história e, ao mesmo tempo, anuncia uma nova fase. O documentário não é apenas sobre o que passou, mas sobre a força que nos move para seguir transformando vidas e reafirmando que o Hip-Hop é também ferramenta de construção coletiva, identidade e futuro.”
Com classificação livre, o evento é aberto a todos os públicos. Após a cerimônia, o documentário ficará disponível no YouTube. O projeto Minidocumentário Fábrica de Rimas – Uma Década de Hip-Hop foi contemplado pelo edital Territórios Criativos – Ano II, com apoio da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador, além da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), Ministério da Cultura e Governo Federal.
Foto: Erick Paz