Nos dias 20 e 21 de setembro, Goiânia recebe o 1º Festival Diaspóricas de Cinema e Música Negra, no Centro Cultural Martim Cererê. A iniciativa celebra a cultura afrobrasileira no Centro-Oeste, reunindo mulheres negras que movimentam as artes e intelectualidades diversas. A programação inclui shows, exibição de curtas-metragens, oficinas formativas e a Feira Anadir Cezario de Afroempreendedoras. A entrada é gratuita, mediante doação de 1kg de alimento não perecível.
Idealizado pela diretora Ana Clara Gomes, o festival nasce da série “Diaspóricas”, que retrata musicistas negras do Centro-Oeste e já se desdobrou em duas temporadas, dois longas premiados em festivais e encontros musicais que deram origem a shows e a um álbum coletivo. “É importante que artistas negras se celebrem e reconheçam as potências umas das outras. O festival incentiva novas produções artísticas e intelectuais”, afirma Gomes.


A feira homenageia Anadir Cezario, assistente social, liderança no combate ao racismo e cofundadora da ONG Dandara no Cerrado. Já a Mostra Marta Cezaria de Curta-Metragem celebra a trajetória da ativista e cineasta, pioneira do movimento negro feminista em Goiás. Serão exibidos 12 filmes de diretoras negras cis e trans de todo o país, com destaque para sete produções do Centro-Oeste.
O festival também promove oficinas entre 16 e 19 de setembro: “Trilha Sonora para Cinema”, com o produtor Igor Zargov, e “Câmera Off – Formação Continuada de Making Of”, ministrada pela fotógrafa Mayara Varalho, ambos integrantes da equipe da série.
No palco, a música preta ecoa em dois dias de apresentações. Entre os destaques estão Érika Ribeiro, Nina Soldera, Sonia Ray e Lene Black com o show “Diaspóricas”, além de Flávia Carolina, Dona da Roda e o encontro da 2ª temporada com Kesyde Sheilla, Maximira Luciano, Flávia Carolina e Inà Avessa. O festival se conecta ainda ao lançamento do álbum “Diaspóricas”, disponível nas plataformas digitais desde 27 de agosto.
“Esse projeto se firma como algo grandioso pela sua necessidade diante da ausência de pertencimento e do desconhecimento da história do povo preto em solo goiano”, afirma a musicista Érika Ribeiro.
Fotos: – Mayara Varalho