Nesta quinta-feira, 27, o Festival CachoeiraDoc e o projeto EscolaDoc deram início a uma série de atividades formativas que dialogam com os temas terra, corpo e cidade. As ações gratuitas aconteceram das 9h às 18h, na Estação Ferroviária de Cachoeira, e estão abertas à população, artistas e comunidade acadêmica.
A programação começou pela manhã, das 9h às 12h30, com a roda de conversa Memórias da Terra. O encontro reuniu lideranças culturais e comunitárias que atuam nos territórios de Cachoeira, São Félix e regiões rurais, trazendo vivências e reflexões sobre o significado da terra para suas comunidades. Entre os participantes estavam Any Manuela Freitas, sambadeira e guardiã do Samba de Roda; Selma Santos, do Quilombo Engenho da Ponte; o ativista cultural Valmir da Boa Morte; e Elba Matos, educadora e gestora cultural de São Félix.
Segundo Melina Bomfim e Ingá Patriota, diretoras artísticas da EscolaDoc, a proposta da roda de conversa é inaugurar a programação do festival com um espaço de escuta ativa e troca de saberes. “Trata-se de interlocutores que vivem a dimensão da terra de maneira cotidiana e múltipla entre si. É fundamental escutá-los neste momento de abertura do festival, que ocorrerá em junho e tem uma série de ações que se iniciam agora”, explicam.
No período da tarde, teve a vivência-performance Voltando a Desenhar com os Cotovelos, conduzida pelo Grupo Permanente de Pesquisa e Criação do Instituto Práticas Desobedientes, em atividade desde 2019. A proposta, guiada pelas artistas Jamile Cazumbá e Dani de Iracema, explorou novas possibilidades de expressão a partir da movimentação corporal e da arte visual.
“Propomos liberar o corpo de criação, investigando gestos não convencionais no desenho, na pintura e na performance coletiva. O objetivo é desarticular as violências dos sistemas de representação e abrir caminhos para novas formas de existir e expressar”, destacam. A vivência foi dividida em três momentos: alongamento, experimentações artísticas e trocas de experiências. Recomenda-se o uso de roupas confortáveis e apropriadas para o contato com tintas.
O X CachoeiraDoc e a EscolaDoc são realizados pela Ayabá Produtora Criativa e Audiovisual, em parceria com o selo Pequenas Embarcações, e contam com patrocínio master do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura. O projeto também foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e recebe apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura.
Fotos oficinas: Instituto Práticas Desobedientes/Victória Nasck