Centro de Salvador ganha prato exótico com carne de fumeiro e geléia de abacaxi com bacon, assinado pelo chef Pedro Alves

Quem passa pela movimentada Avenida Sete de Setembro não imagina que, ali no coração do Campo Grande, um prato cheio de personalidade vem roubando a cena gastronômica soteropolitana. Batizado de “Mamãe Eu Quero!”, a iguaria traz carne de fumeiro ao forno com manteiga de garrafa e aceboladafarofa de banana da terrasalada de feijão fradinhopolenta de milho verde e uma ousada geleia de abacaxi com bacon. A combinação ousada, que une o melhor do tempero baiano com toques mineiros, é assinada pelo chef Pedro Alves e tem feito fila no Point do Campo Grande – 1474, Ed. Sequoia, Loja 4.

A escolha do nome não é por acaso: “Mamãe, eu quero!” é uma homenagem à memória afetiva do chef Pedroque cresceu em meio à 14 irmãos, onde a variedade de pratos significava cuidado e amor. “Cresci dentro de uma casa que era quase um restaurante. Mãe, eu quero esse! Eu quero aquele! Era muita comida, amor e tempero para cada filho – e olhe que éramos quatorze. Essas raízes da culinária afetiva eu trouxe comigo até os dias de hoje”, recorda.

O sucesso do prato é também reflexo de uma parceria inusitada que nasceu dentro dos restaurantes. Chef da cozinha de raiz no centro da cidade, Pedro recorda as aparições do seu atual sócio, Romildo Ferreira, quando era apenas um cliente fiel do seu antigo estabelecimento – batia ponto nos horários de almoço, sempre acompanhado do pai. Na época, Pedro dividia o comando de outro restaurante com um dos seus 14 irmãos, até que veio a proposta de seu fiel consumidor: uma sociedade.

Ele estava fora do mercado na época, cuidava sempre do pai, e disse que queria abrir um negócio comigo. Como não estava mais funcionando com o meu irmão, decidimos unir nossas expertises profissionais. Ele ficaria nos processos administrativos e eu cuidaria da cozinha, na criação dos nossos pratos. Esse laço, que surgiu em um almoço totalmente ocasional, nos lançou como empreendedores do Point do Campo Grande“, lembra o chef.

Mesmo no final da pandemia de coronavírus e a estagnação do setor alimentício, a ideia ganhou força. A oportunidade surgiu com a aparição de um novo ponto comercial no Campo Grande, mais amplo, em uma área com poucos bares e restaurantes. A inauguração surpreendeu positivamente: público lotado, elogios à estrutura e, principalmente, ao cardápio, devido às raízes profundas na cozinha de raíz do chef Pedro – que mais tarde culminaria no sucesso do “Mamãe, eu Quero!”.  

Sempre atento ao universo gastronômico, Pedro carregava um desejo antigo como dono de bar: participar do Comida di Buteco. É em uma das visitas com Romildo à botecos ornamentados participantes que, no segundo ano do PointPedro criou a coragem para realizar as inscrições. “Eu mesmo fiz uma proposta pelo site. Achei que ninguém viria aqui. Depois, uma representante do CDB apareceu, disse que veio visitar o bar porque tinham gostado da proposta. Foi aí que caiu a ficha”, relata. 

O empreendedor lembra que o saldo positivo do primeiro ano foi muito além do esperado – em média, 4x à mais que o resultado especulado. Com a casa sempre cheia, clientes e turistas vindos de fora e o reconhecimento entre os botequeiros do CanelaCorredor da Vitória e até da região do Campo Grande, os sócios notaram uma verdadeira transformação no Point, desde a preparação para o concurso até os meses que se sucederam.  

O prato da edição passada, intitulado “Comida di Mãe”, marcou a estreia da casa no circuito de bares participantes. Do balcão rumo ao pódio, os então estreantes do CDB foram um dos botecos mais bem votados em 2024, além da coroa de “maior vendedor de petiscos da edição passada”. Para este ano, em comemoração aos 25 anos do CDB, Pedro conta que não pensou duas vezes para continuar no páreo pelo título de “Melhor Buteco do Brasil” – desta vez, com toda a popularidade da carne de fumeiro na Bahia e seus ingredientes chaves. 

Nossos clientes e visitantes sempre comentam a respeito da combinação de ingredientes nos pratos do CDB. É esse tipo de retorno que o festival traz, neste meu segundo ano. As pessoas já vêm esperando o prato novo, ansiosas pela confecção. Nesse período do Comida di Buteco, é como se o restaurante entrasse em festa e esse é nosso maior prêmio. É um mês inteiro de movimento intenso, alegria e reconhecimento. Não participar está fora de cogitação. Se ano passado superou as expectativas, este ano esperamos mais ainda. Não tenho dúvida que ano que vem, eu e Romildo estaremos de volta”, conclui. 

Fotos: João Botelho

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Criado por Jadson Nascimento

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